segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Somos todos primatas



Chimpanzé Emilio (divulgação Projeto GAP)

Por Jaqueline B. Ramos

Ao lado dos chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos, fazemos parte do grupo de animais denominados como grandes primatas. Guardamos com estas outras quatro espécies inúmeras semelhanças, genéticas e comportamentais. No entanto, temos um diferencial: a chamada racionalidade. Quando é usada para o mal, ela causa impactos extremamente negativos para nossos parentes evolutivos. Voltada para o bem, nos faz compreender as responsabilidades inerentes à posição especial que o ser humano ocupa no meio natural, ao lado de todos os outros seres vivos que merecem, no mínimo, respeito.
Na década de 1990, um grupo de renomados cientistas, entre eles o filósofo australiano Peter Singer – autor do livro “Libertação Animal”, lançado em 1975, que se tornou a Bíblia do movimento de defesa dos direitos dos animais no mundo – lançou o movimento Great Ape Project (GAP Project). Bem resumidamente, a ideia era sensibilizar as pessoas sobre a importância de um novo olhar para a relação Homens X Animais ressaltando nossas semelhanças com chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos.
Com o passar dos anos esta lista de semelhanças só foi crescendo e, junto com vários outros trabalhos, auxiliou na compreensão de que a prática de maus-tratos a todos os animais é uma atitude intolerável e desumana. Animais em circos já é praticamente coisa do passado; zoológicos e parques aquáticos e seus supostos trabalhos de conservação vêm sendo duramente questionados; a decisão de ter um gato ou cachorro passa por critérios de posse responsável; o fato de animais silvestres não serem pets já não é visto com tanto espanto; e assuntos polêmicos como o uso de animais em experiências, na indústria da moda e entretenimento e até como alimento estão cada vez mais na pauta do dia.
Através da Declaração Mundial de Direitos dos Grandes Primatas, o GAP defende o Direito à vida, à liberdade e à não-tortura – que pode (e deve) ser aplicada de forma mais genérica no mundo animal. Hoje o projeto tem sede no Brasil, que se destaca internacionalmente pelo trabalho de resgate e cuidado de chimpanzés, leões, tigres, ursos, pequenos primatas e aves vivendo em cativeiro em quatro santuários afiliados.
O dia a dia nos santuários reforça a percepção que temos do grau de humanidade dos chimpanzés e demonstra o quanto a privação dos direitos propostos na declaração pode gerar sofrimento e sequelas, às vezes irreversíveis, em nossos parentes mais próximos no mundo animal. Se é possível dar voz a estes direitos, por que não fazê-lo? Afinal de contas, como os parentes mais "espertos" deles, isso é o mínimo que nos cabe.
Mais informações Projeto GAP:
www.projetogap.org.br // facebook.com/gapproject

quarta-feira, 22 de outubro de 2014


Projeto GAP resgata chimpanzés e leões de zoológico de Aracaju

Animais chegam ao Santuário de Sorocaba, SP, esta quinta, 23

22/10/2014: Após algumas semanas de preparação, uma equipe do Santuário de Grandes Primatas e Felinos de Sorocaba, afiliado ao projeto GAP, deu início ontem em Aracaju, Sergipe, à maior operação de resgate individual que já realizou. Três chimpanzés (um macho e duas fêmeas) e duas leoas do zoológico particular do Hotel Fazendo Boa Luz estão a caminho de Sorocaba, SP, e têm chegada prevista para quinta, 23, pela manhã (um dia antes do previsto).

Ao longo de vários anos, o zoológico do hotel tinha adquirido, além de aves e animais menores, três chimpanzés, duas leoas, dois ursos, dois hipopótamos e uma elefanta. A transferência dos animais partiu voluntariamente da gerência do hotel, que avaliou que este tipo de zoológico não atrai mais o público e tem um custo alto de manutenção. Até o momento, o hotel não conseguiu doar os ursos, o hipopótamo e a elefanta e está na expectativa que algum local se candidate a recebê-los.

A gerência do Ibama de Sergipe e a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo colaboraram para que todas as permissões para a transferência e o transporte fossem aprovadas com a celeridade necessária.

Estado dos animais: Todos os animais se encontram em bom estado de saúde e o zoológico colaborou a todo o momento para que o complexo resgate acontecesse com segurança. O chimpanzé macho, chamado Martin, chegou em Sergipe procedente do Criadouro de Marco Schwarz, que ficava no Paraná e já está fechado há mais de 10 anos. As fêmeas - Jamaica (a mais jovem) e Maria das Dores (a mais velha) - foram compradas de circos. As leoas são procedentes de circos.

Os chimpanzés e leoas que viviam no zoológico vão passar a integrar a população de cerca de 300 animais (sendo 54 chimpanzés) que já vivem no Santuário de Grandes Primatas e Felinos do GAP de Sorocaba, e lá receberão todo o acompanhamento e cuidado para terem a melhor qualidade de vida possível em cativeiro – sem o estresse causado pela exibição ao público em zoológicos.

Mais informações para a imprensa:
Jaqueline B. Ramos
Projeto GAP Internacional - Gerência de Comunicação
Telefones: (12) 98134 5465
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Algumas imagens do resgate (fotos – divulgação Projeto GAP)